Agressão contra crianças e adolescentes: Impacto no desenvolvimento

Agressão contra crianças e adolescentes: Impacto no desenvolvimento

Para um desenvolvimento saudável, faz-se necessário um ambiente seguro composto por cuidadores amorosos, estáveis, que supram necessidades básicas da criança. Necessidades como: alimentação balanceada, cuidados físicos, proteção, atenção, afeto e carinho. Os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento. Dos 0 aos 3 anos é a fase que o indivíduo mais aprende, não haverá outro momento no ciclo vital que ocorrerá tanto aprendizado. Assim, as primeiras experiências e interações deixarão marcas no corpo e no cérebro que moldarão toda a formação dos circuitos e da arquitetura do cérebro. Uma criança curiosa, que mostra-se animada para aprender, explorar e brincar, sinaliza que teve experiências positivas, pais participativos, presentes, com estímulos adequados, ou seja, um ambiente seguro que a permitiu crescer seguramente e ser nutrida física e emocionalmente. Esse desenvolvimento começa a correr riscos quando esta criança está inserida em circunstâncias muito difíceis, que se estendem por dias, semanas, meses e anos. Circunstâncias estas que configuram ambientes instáveis, com pouca interação positiva, que as expõe à violências.

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil teve um aumento de mais de 20% de casos de maus-tratos contra crianças e adolescentes de 2020 para 2021. Apesar de existir uma enorme variabilidade de comportamentos e atitudes que podem ser prejudiciais à criança e ao adolescente por parte dos adultos ou cuidadores, os mais reconhecidos nas pesquisas como maus-tratos infantis, são a negligência física e emocional e o abuso psicológico, físico e sexual.

Os impactos da agressão contra crianças e adolescentes são diversos, tornando não apenas a infância comprometida, mas também a adolescência, pois aumenta o fator de risco já existente nessa fase, para o desenvolvimento de psicopatologias e maior suscetibilidade a vícios. Os estudos apontam uma relação direta de violências, adversidades vividas na infância com o desenvolvimentos de algum transtorno mental, como transtornos de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, suicídio, abuso de substâncias, transtornos de personalidade, bem como obesidade e anomalias no coração. Existem pesquisam que também mostram mudanças na arquitetura cerebral, no que diz respeito ao volume e morfologia, em decorrência desse
estresse precoce das agressões vivenciadas na infância. As áreas cerebrais prejudicadas mais apontadas nos estudos são as responsáveis por processar e armazenar reações emocionais; as que desempenham funções importantes na memória e no aprendizado; bem como a responsável pelo planejamento do comportamento cognitivamente complexo, processos de tomada de decisão, regulação emocional e adaptação do comportamento social. É importante ressaltar que os efeitos no funcionamento do cérebro, nem sempre aparecem imediatamente após a exposição ao evento, podem se manifestar na transição da infância para a vida adulta – na adolescência. Assim, mesmo que o adolescente não tenha um diagnóstico psiquiátrico, essas modificações podem influenciar o processamento e a resposta ao estresse psicossocial na vida adulta.

O organismo humano possui diversos mecanismos neurobiopsicológicos que atuam na regulação de respostas à situações adversas, de estresse social e psicológico. O eixo Hipotálamo-Pituitário-Adrenal (HPA) é um dos principais e mais antigos mecanismos de regulação do estresse em humanos. Na presença de eventos estressantes, físicos ou psicológicos, ocorre a estimulação de alguns hormônios que, por sua vez, estimulam as glândulas adrenais – também chamadas de suprarrenais – a produzir cortisona, o cortisol, um hormônio que ajuda o sujeito a se preparar para a reação de lutar ou fugir. Quando esse eixo é
ativado com frequência, ele perde essa função adaptativa: salvar a vida. Ele fica hipoativo, se apresenta insensível e menos reativo em situações de estresse agudo. Recomendo a leitura do estudo feito pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul sobre como a violência afeta áreas do cérebro de crianças e adolescentes. Este estudo apontou que crianças e adolescentes submetidos a episódios de violência desligam involuntariamente partes do cérebro responsáveis pela memória, empatia e emoções, colocando a mente, em “modo de sobrevivência”. Desse modo, fica comprometida a capacidade de concentração e de processamento de novas
informações.

Diante de todos os prejuízos exposto que a violência, as agressões acarretam para um desenvolvimento infantojuvenil saudável, são urgentes ações que protejam nossas crianças e adolescentes. Não existe uma receita para um cenário compostos por variáveis diversas e complexas. O que temos são medidas, que todos nós podemos adotar, a começar pelo o que estamos fazendo com a escrita e leitura desse texto – a informação. Entender o que configura violência e seus impactos, pode gerar a conscientização e ações para mudanças comportamentais, de pais, cuidadores, professores, instituições e adultos de referência para com
as crianças e adolescentes;

Para mudanças de práticas parentais punitivas, seguem algumas dicas para ajudar nesse processo: mudanças comportamentais passam primeiramente pelo autoconhecimento, assim, quando estiver diante de uma situação desafiadora com sua criança/adolescente, pare, se dê um tempo, saia se possível do ambiente e perceba o que está sentindo, que reações está experimentando no seu corpo (coração acelerado, rubor na face, queimação no estômago). Observe seus comportamentos, que atitudes está prestes a tomar? Elas serão pedagógicas e orientadoras, ou vão fazer seu/sua filho(a) sentir-se envergonhado(a) e desencorajado(a)? Escute o que está falando, seu tom de voz e questione seus pensamentos. O que eles estão dizendo para você fala da atitude da sua criança/adolescente ou de alguma parte da sua história de questões irresolvidas? Quando não olhamos para nossa história e buscamos dar sentido a ela, ressignifica-la, podemos repetir padrões nocivos do passado, na nossa forma de ser pai e mãe. Ao fazer essa auto reflexão, poderá ficar mais consciente de si, dos seus pensamentos que geram suas emoções e consequentemente seus comportamentos. Assim, poderá escolher atitudes que caminhem na direção do pai/mãe que deseja ser e dos princípios e valores que deseja ensinar.

A comunicação não-violenta, visa promover interações empáticas, compassivas, que levam o outro e a mim em consideração. Abaixo, seguem os quatro componentes para promover essa comunicação:

Percebem que para uma relação pais e filhos que promova uma ambiente favorável para um desenvolvimento saudável, passa pelo autocuidado dos pais? A violência pode estar sendo uma repetição geracional, tendo como uma das consequências as alterações cerebrais identificadas pelos estudos, em que esses déficits acarretam em distúrbios de socialização, facilitam o envolvimento com drogas e álcool, aumentam a agressividade, contribuem na formação de adultos impulsivos, que tendem a acreditar que os apuros da vida são solucionados por meio da força e não do diálogo.


Ana Paula Gonçalves Martins Moreira
Psicóloga especialista em Gestão de Competências em Recursos Humanos. Especialista em
Terapia Cognitivo-comportamental. Psicóloga clínica de crianças e adolescentes. Palestrante,
professora e supervisora de turmas de formação e especialização em Terapia Cognitivo-
comportamental.

Contatos:
[email protected]
Instagram: @anapaulamoreira.psicologia
12 99231 3125

Como ajudar a criança a fortalecer a autoproteção?

Como ajudar a criança a fortalecer a autoproteção?

Olá, meu nome é Marisol Vargas. Sou mãe, professora e durante 20 anos tenho sido abençoada trabalhando com crianças na Colômbia, em ênfase na prevenção de abuso, na educação sobre a sexualidade segundo o que Deus criou, e na restauração emocional delas. Ao longo desta experiência tenho aprendido que é fundamentar guiar e proteger as crianças com base nos
princípios bíblicos, que promova afirmação e liberdade em suas vidas. Se fortalecemos a identidade delas, estrão preparadas para enfrentar diversas situações que surgirem.

Apresento 7 estratégias para ajudar crianças e adolescentes a fortalecerem a autoproteção:

  • Ensine as se verem como criação especial, assim como Deus as vê. Elas foram criadas por Ele com um propósito. Deixe-as saber que foram escolhidas, que são perdoadas e amadas, e que seu valor vem de quem elas são, não apenas do que fazem. Efésios 2:10
  • Guie-as enquanto estão crescendo. As crianças sempre precisarão ser guiadas por adultos, observando seu bom exemplos, suas boas práticas, enquanto estão crescendo. Deus nos concedeu grande privilégio ao nos dar filhos em nossas famílias. Provérbios 22:6
  • Crie espaços seguros e de confiança onde as crianças possam conversar sobre diversos temas e encontrar respostas para suas dúvidas, com base na verdade divina. 2 Timóteo 3:16
  • Demonstre interesse em conhecer seus gostos e fortaleça seu círculo de amigos. Ensine-as que Jesus é o verdadeiro amigo, que as ajuda e que pode satisfazer suas necessidades de aceitação, participação e pertencimento. Provérbios 13:20
  • Mostre-lhes que todo o seu ser é especial – espírito, alma e corpo – e merece respeito e cuidado. Faça-a entender que são um tesouro dado por Deus e que devem cuidar de si mesmas. 1 Tessalonicenses 5:23
  • Ajude-as a se protegerem da necessidade de agradar aos outros e de se automutilarem. Sempre haverá um desejo natural nas crianças de serem aceitas, mas devemos fortalecer sua autoestima e autoconfiança. Isaías 43:4-5
  • Ajude-as a compreenderem que tudo o que veem ou vivenciam afeta sua mente, suas emoções e sua vontade, que seus cinco sentidos são muito importantes. Ensine-as que elas têm autoridade para dizer “NÃO” a qualquer situação que coloque em risco sua integridade. Provérbios 14:16

Espero que estas 7 estratégias sejam úteis para você fortalecer a autoproteção de crianças e adolescentes com as quais convive. Desejo que você tenha muito sucesso em seu trabalho!

Marisol Vargas
Coordenadora do Projeto Calçada na Colômbia
Lider da Red Viva e do Movimento Juntos pela Infância na Colombia Fundadora de
Biblioeseñarte (materiais infantis para a prevenção de maus tratos e abusos) –
www.facebook.com/biblioensenarte.bea

onde deus mora?

onde deus mora?

Provavelmente seu filho e/ou filha já fez esta pergunta a você. Qual foi sua resposta? Em Deuteronômio 6
recebemos uma orientação de um tipo de relacionamento com Deus que estabelece uma rotina da
presença diária dele em nosso lar. Como podemos fazer de nossa casa um lar onde Deus se alegra em
estar?

  1. AMOR INCONDICIONAL
    “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua
    força.” (Deuteronômio 6.5)

    Nosso relacionamento de amor com Deus é a chave de um lar feliz. Pais/responsáveis* que amam
    a Deus aprendem o valor da obediência e do perdão, do cuidado e do respeito. Pais/responsáveis*
    que veem Deus como Pai são curados em suas feridas de infância e se tornam agentes de cura
    para a próxima geração.

  2. COMPARTILHAR REVELAÇÃO
    “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos…”
    (Deuteronômio 6.6 e 7a)

    Nosso alvo não é só levar a criança a saber histórias sobre Deus, mas a ter uma experiencia
    pessoal com ele. A palavra de Deus é viva quando muda nossa atitude. Precisamos compartilhar
    com nossos filhos e filhas nossas lutas, desafios e vitórias espirituais e conduzi-los a
    experimentarem a revelação de Deus para suas vidas.

  3. ANDAR JUNTO
    “…e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-
    te.” (Deuteronômio 6.7)

    Este texto nos fala de constância, de um estilo de vida. Valorize cada momento com seus filhos e
    filhas. Seja intencional nas conversas, nos momentos de refeição juntos, na hora do lazer, ao
    assistir a um filme juntos, ao colocar o filho e/ou filha para dormir e abençoá-lo, ao levá-lo para a
    escola. Todo tempo pode ser transformado em tempo de qualidade se você se aplicar em
    estabelecer a cultura do céu em seu lar.

  4. LEMBRAR EM ORAÇÃO
    “Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás
    nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.” (Deuteronômio 6.8)

    A Palavra de Deus é poderosa e precisa estar sempre diante de nós. Orar a Palavra sobre a vida
    de nossos filhos e filhas é a melhor maneira de orar dentro da vontade de Deus. Separe cada dia
    um texto bíblico e faça declarações de fé sobre a sua família. Escreva versículos e cole-o em
    lugares visíveis desafiando a família a memorizá-los. Deus tem um compromisso com a sua
    Palavra. As promessas e direções são para serem praticadas e a sua oração irá regar e fazer
    florescer estas sementes da Palavra de Deus. Não abra mão dos princípios dados por Deus e
    permita que ele tenha prazer em habitar na sua casa.

    *como responsáveis entenda-se avós, tios e demais cuidadores das crianças e dos adolescentes


    Ariadne Terrinha Motta
    Psicopedagoga, arteterapeuta
    Pastora de crianças na igreja da Família em Belo Horizonte
    @othilielariadne Motta
“MANHÊ! NÃO ACHEI!”

“MANHÊ! NÃO ACHEI!”

Quantas vezes ouvimos nossos filhos ou filhas gritando assim quando perdem algo dentro de casa. E a resposta é sempre a mesma: se eu for aí e encontrar você vai ver comigo! Mas as vezes nós pais ou responsáveis* perdemos coisas de valor dentro de casa como nossa aliança, um documento ou até mesmo nossa carteira e reviramos tudo até encontrar. Existem coisas preciosas que não podem ser compradas com dinheiro e que vamos perdendo no decorrer da nossa jornada, são os valores cristãos estabelecidos por Deus para fortalecer a fé da nossa família.

A parábola da dracma perdida nos ensina alguns princípios práticos para reencontrar valores preciosos que podemos ter deixado de praticar dentro de nossos lares: Ou, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e, perdendo uma delas, não acende uma candeia, varre a casa e procura atentamente, até encontrá-la?  9  E quando a encontra, reúne suas amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei minha moeda perdida’. Lucas 15.8 e 9

  1. CADA VALOR DE DEUS PERDIDO É INSUBSTITUÍVEL E PRECISA SER IDENTIFICADO
    A Bíblia é a Palavra de Deus e tudo que ele ensina é suficiente e prático para vivermos com alegria
    nosso propósito nesta terra. Você pode listar valores cristãos (como respeito, gratidão, compaixão,
    paciência, etc) que já experimentaram em família e em algum momento deixaram de praticar?
  2. A LUZ PRECISA SER ACESA
    Luz nos fala sobre trazer clareza, revelar, clarear. Quem pode nos ajudar a revelar os valores que
    foram perdidos é o nosso amigo Espírito Santo de Deus. Se nos aquietarmos com a Bíblia e o
    coração abertos diante dele, ele nos mostrará promessas e atitudes que esquecemos de praticar
    em algum momento
  3. É NECESSÁRIO FAZER UMA LIMPEZA
    Aquela mulher ao acender a candeia percebe que havia sujeira que poderia estar encobrindo sua
    dracma. Pega a vassoura e começa a limpar. Limpar me remete a arrepender de atitudes erradas,
    quebrantar o coração, reorganizar minhas prioridades, retirar da casa costumes e atitudes que não
    devem fazer parte da vida em família.
  4. É PRECISO PROCURAR COM ATENÇÃO
    Precisamos perseverar para viver os valores cristãos no nosso dia a dia e a melhor maneira é pelo
    exemplo. Se os pais/responsáveis estabelecem um estilo de comportamento que demonstrem os
    valores cristãos, os filhos e filhas observarão e imitarão os pais/responsáveis. A maneira como os
    pais/responsáveis se comunicam, como praticam atos de bondade, como se comportam quando
    cometem erros, como estabelecem uma rotina de relacionamento com Deus falam mais alto do que
    suas palavras e conselhos. Cada momento é uma oportunidade de transmitir um valor cristão
  5. CELEBRE AS PEQUENAS VITÓRIAS
    Celebre cada vez que observar seu filho ou sua filha praticar um valor porque está considerando a
    preciosidade dos outros. Elogiar os filhos e as filhas quando eles ajudam alguém, ou pedem
    desculpas ou até mesmo se comportam bem diante de uma situação reforçará a prática daquele
    valor. O encorajamento ajudará seu filho e/ou filha a continuar se esforçando para praticar os
    valores corretos.

    *como responsáveis entenda-se avós, tios e demais cuidadores das crianças e dos adolescentes

    Ariadne Terrinha Motta
    Psicopedagoga, arteterapeuta
    Pastora de crianças na igreja da Família em Belo Horizonte
    @othilielariadne Motta
“Me sinto aliviada e abençoada e que Deus”

“Me sinto aliviada e abençoada e que Deus”

Durante a pandemia, a depressão tomou conta de muitas crianças e adolescentes, causando em alguns deles, o desejo de tirar suas próprias vidas.

Foi com muita tristeza que a adolescente Karina, do Chile, chegou para falar com um educador do Projeto Calçada.  Fazia um ano que a irmã mais nova de Karina havia morrido tragicamente.

Com muita gentileza, compreensão e palavras de conforto, o educador conversou com Karina, contando as histórias de Jesus. Falou do amor e do quanto Ele se preocupa com a tristeza dela.

Ao ouvir a história do conforto que Jesus deu à mulher que era viúva e perdeu o seu único filho (Lucas 7.11-17), Karina disse que estava se sentindo aliviada, abençoada e que Deus estava lhe dando força naquele momento. Em oração, a adolescente agradeceu a Deus por cuidar de sua família e ajudá-los em todos os momentos.

Antes de encerrar a conversa, ela disse ao educador que estava se sentindo como a lua. Brilhante! E que assim como a lua,  ela pode brilhar por muito tempo, não importa o que aconteça.

Ajude a levar o brilho de Jesus para mais crianças e adolescentes por meio do Projeto Calçada. Doe agora!